segunda-feira, 13 de abril de 2009

Os óculos da mente

O tempo é o culpado pela minha escassez de sono, já que este consumiu o meu dia em visitas familiares, estudos e boa leitura. A noite nasce e deparo-me diante de uma cidade que dorme após um domingo de páscoa, refletindo sobre o que me viesse em mente. Despertei. Acompanhado de boa música, um bom estímulo, e um bom tema para meus pensamentos, remeti-me a um passado não muito distante no qual eu trocava minhas noites de sono por conversas comigo mesmo sobre assuntos diversos (sejam eles existenciais, críticos, ou inúteis). A reflexão que me apareceu foi, a meu ver, interessante e resolvi convertê-la em humildes palavras aqui eternizadas.
Através dos olhos (e de nossos pensamentos) enxergamos tudo de diversificadas maneiras, cada um com sua visão de mundo, diferente da do próximo. Entretanto parei e analisei alguns modos peculiares e (por que não?) interessantes de ver as coisas. Pense em um teólogo, um médico, um fotógrafo, um literário e um artista, cada um capta o que o mundo lhes mostra de uma maneira diferente. O teólogo coloca o toque de deus em tudo o que vê, observando assim uma beleza divina nas coisas, limitando-se somente ao que suas crenças o fazem enxergar. O médico, junto a sua sede de conhecer, explora o que o mundo o oferece, procurando sempre ver e analisar. O fotógrafo vê o mundo como uma arte já feita, pronta para ser capturada e eternizada, transformando o que era imensurável em centímetros quadrados. O literário procura sempre interpretar em palavras e reflexões sábias o que seus olhos lhe mostram, este vê o mundo pela beleza das letras. O artista, ah! o artista... a beleza enxergada por ele vai além de captar e ler, mas sim criar! Este desvenda as excentricidades do mundo e cria a beleza nele estabelecida, porém é dificilmente vista por todos, ou pelo povo, já que estes tem uma visão diferenciada das anteriormente citadas. As massas não tem uma visão própria estabelecida, sua visão é baseada no que lhes é imposto, e não no que se é pensado entre eles. Eles não tiveram uma base suficientemente boa para a formação de pontos de vista, favorecendo que fossem facilmente manipulados.
Quando um médico vai visitar o Rio de Janeiro, por exemplo, este vai atrás de conhecer a cidade, explorá-la, vê-la; o fotógrafo captura as belezas, as tristezas, as cores da cidade; o literário lê a cidade; e o artista se apaixona. Já as massas... estas não vão à cidade, já que elas sabem da bandidagem, das drogas, da violência, o suficiente para não quererem colocar os pés nela.
A televisão é os olhos do povo!