domingo, 14 de junho de 2009

Um exemplo a não ser seguido

Nos últimos dias, deparei-me diante uma atividade intricada e intrigante. Através dela viajei pela História, na tentativa de compreender e discorrer sobre o que de fato tinha ocorrido após tantas guerras, revoluções e ideologias. E se realmente suas crenças foram incorporadas da maneira como queriam (ou deveriam) ter sido.
Instantes antes de a bastilha ser tomada, Robespierre proferia discursos que hipnotizavam até o mais leigo dos franceses, levando-os a crer que o mundo mudaria após uma das mais importantes das revoluções já realizadas. Marechal Dodoro da Fonseca estava montado em seu cavalo junto a outros membros da elite brasileira (obviamente a que se localizava em São Paulo) quando griatava "liberdade!" inúmeras vezes ao cantar o "Hino à Proclamação da República", e assistindo a isso, o povo olhava deslumbrado acreditando que a partir daquele momento, um novo sistema prevaleceria em nossa humilde nação tupiniquim, o qual procuraria atender aos interesses gerais de todo cidadão. No dia 9 de novembro de 1989, cai o maior símbolo de uma guerra marcada não apenas por mortes, mas também por divergências ideológicas que faziam o possível e o impossível para tentarem convencer o mundo de qual seria "a mais eficaz".
As meras ciatções acima nos induzem a três (extremamente) importantes fatos históricos que determinaram o mundo onde hoje vivemos, e que podem culminar em poucas (porém significativas) palavras, levando-me a questionar tais escolhas lexicais. Liberdade (remetendo-nos também a igualdade e fraternidade)? Direitos? Promessas? Mudanças? Farsas? Opressores e Oprimidos? bla, bla, bla... Talvez a resposta para as minhas perguntas nunca seja obtida, uma vez que a história não permite o uso da partícula condicional "se", resumindo-se apenas em fatos. A primeira coisa na qual pensei deixou-me desiludido, tudo não passava de uma enorme farsa, uma troca de oligarquias no poder, movidas pela ganância e pelo desejo de impor suas doutrinas e leis, e que todo o "auê" dos direitos do povo eram meramente ilustrativos. Talvez isso tudo seja verdade. Talvez não, já que o mundo foi modernizando-se ao decorrer de sua linha do tempo. Não vivemos mais em um sistema absolutista, nem em uma sociedade estamental e obrigatorialmente católica (obrigatoriamente mesmo, afinal, se você não fosse submisso à igreja, morreria!), e muito menos somos oprimidos por uma minoria que nos explora para manterem seus luxos. Hoje tudo é diferente! Somos livres, temos o direito de assim sermos. Podemos fazer o que quisermos e falar sobre o que quisermos. E além do mais, vivemos em uma democracia (aah, a democracia)... Viva a democracia! afinal, é através dela que as massas (vulgo povo, nós) elegem seus ilustres representantes, e estes fazem o que for preciso para garantirem seus interesses. [fim da ironia, se porventura alguém pensou que houvese alguma]
Li e reli o que estava ao meu alcance sobre os marcos históricos em questão, procurando formular uma opinião concreta sobre o elo entre os três. Compreendi. Celebrei. Refleti. Revoltei-me. Refleti (novamente). Desapontei-me... por fim, conformei-me (assim como todo cidadão brasileiro o faz, diante do belo exemplo dado pela nossa história, sociedade, economia e política).