segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Primeiro Perdão

Pensa em um mundo oriundo
Sem os sabores e odores
Que lhe dão um charme de invejar-me

O que seria do esforço sem a fadiga,
Do que se vive junto sem a intriga,
Ou até do remorso sem o acontecimento?

Imagina uma criança que não é cândida
Ou também uma fronteira sem alfândega
Um frio, sem acalento

De que vale a relação, sem ciúme;
Cheirar flores sem perfume;
E a poesia sem deslumbramento?

O que é o amor, sem amor,
A pimenta sem ardor,
E a vida a dois, sem um [leve] esquecimento?

Por essas e outras, não faças de mim
Um Jesus para tua cruz.
E lembre-te que para cada esquecimento
Vêm-me mil acontecimentos
Que, juntos. fizemos reais.
(Confesso que posso até ter sido hiperbólico
Na escolha dos mil
Sendo que em um mês,
Tantos são improváveis;
Improváveis... talvez.
Porém, [pelo que se passou] não impossíveis)
Perdoo-te por não me lembrares.