Eu deixarei em mim
Qualquer
coisa como a luz e a vida da tua ausência
Tão
fora de mim.
Com
afeto, e sem açúcar,
Coleciono
a medida de nosso tempo nos álbuns, nos retratos
Nestes
versos
Regados
na plenitude com o que de mais cândido pôde haver.
Como
era bom
Sentir
o coração bater na ponta dos dedos
E
com eles tocar tua face
Com
o olhar, me afogar em teus olhos
O
desejo de amar em paz dentro da forma inexistente
De
suas mitologias, suas pequenas magias inúteis.
Eu
fui o grande íntimo da tua noite
Desabrochada,
partes para o dia
As
raízes como que fumaça
Lá
se vai a mulher que passa
E
que tanto passou por minha morada.
Te
queria quando choras, enquanto chorávamos de rir
Amamos
na dor, sofremos no amor
Crescemos
juntos e, tão próximos, nos distanciamos
Erramos.
Ferimos.
Te
perdôo no passado e no futuro
Por
seres a fera, a quimera
Que
me colocou em tantos cavalos
E
em tantos túmulos.
Foste
a ruína e a alegria, em construir e destruir
Tudo
o que fizemos nas nuvens
Voamos
alto. Mais longe que o acima do além!
E
como acrobatas, caímos.
E
nos perdemos
Entre
a espuma de nossos dias.
Tua
voz presente, ora ausente,
Serenizada.
Na
estrada, aos passos
Fôssemos
mais, e talvez não seríamos
Pois
pudemos ser tudo o que quisermos.
Não
escolhemos o brilho eterno de nossas lembranças
Deixemos
à memória a tarefa de esquecer, e não à vontade
Cega
e insaciável.
O
que éramos, resto em tudo que sou, para ainda muito ser
E
o outro resto passará
Passarão.
E
nós, voando, passarinho.
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